quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Estou lendo: História do Cerco de Lisboa de José Saramago

"O exército não terá de avisar as famílias por telegrama, No cumprimento do seu dever caiu no campo de honra, maneira sem dúvida mais elegante que explicar mui por claro, Morreu com a cabeça esmagada por uma pedra que um filho da puta de um mouro atirou lá de cima, é que estes exércitos ainda não têm cadastro, os generais, quando muito, e muito pela rama, sabem que ao princípio tinham doze mil homens e daqui para adiante o que têm a fazer é ir descontando todos os dias uns tantos, soldado na frente de batalha não precisa de nome, Ó sua besta, se recuas levas um tiro nos cornos, e ele não recuou, e a pedra caiu, e ele morreu" (p. 285).

Para quem já leu algum livro do Saramago fica fácil identificar os cortes textuais, isto é, onde fala o narrador, onde falam os personagens e onde há citações das mais variadas. Para quem não leu nenhum livro do Saramago, além de desejar os pêsames, basta dizer que estes cortes estão indicados por vírgulas seguidas (ou não) de uma letra maiúscula.
Nesta passagem, o autor da fictícia História do Cerco de Lisboa está narrando parte da batalha entre cristãos e mouros pela tomada da cidade de Lisboa - nesta passagem, ainda em mãos muçulmanas.

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